sexta-feira, 14 de agosto de 2009

♥ As três peneiras de Sócrates ♥



Um rapaz procurou Sócrates e disse que precisava contar-lhe algo.Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?- Três peneiras?- Sim. A primeira peneira é a Verdade. O que você quer contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido contar, a coisa deve morrer por aí mesmo. Suponhamos então que seja verdade. Deve então passar pela segunda peneira: a Bondade.O que você vai contar é coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: Necessidade.Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?E, arremata Sócrates: - Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, você e seu irmão nos beneficiaremos.Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e levar discórdia entre irmãos, colegas de planeta.Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz.

A carta de Tiago da Palavra de Deus, ressalta poderosamente a conduta que um cristão precisa ter, ele pega bem pesado, neste assunto; fala muito do poder da língua. Recebi essa mensagem de uma amiga e amei, mas isso tudo está escrito também na Bíblia, que é o nossa bússola, nosso manual.
A Ponte

Certa vez, dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um rio, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida trabalhando lado a lado, repartindo as ferramentas e cuidando um do outro.
Durante anos, ao final de cada dia, percorriam uma estreita, porém comprida estrada, que corria ao longo do rio para poderem atravessá-lo e desfrutarem um da companhia do outro.
Apesar do cansaço, faziam-no com prazer, pois se amavam. Mas agora tudo havia mudado. O que começara com um pequeno mal entendido finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.
Numa manhã, o irmão mais velho ouviu bater à sua porta. Ao abri-la, notou um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro em sua mão.
- Estou procurando por trabalho, talvez você tenha um pequeno serviço aqui e ali.
- Sim! Claro que tenho trabalho para você. Veja aquela fazenda além do riacho. É de meu vizinho, na realidade meu irmão mais novo. Brigamos muito e não mais posso suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira perto do celeiro? Quero que você me construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não mais precise vê-lo.
- Acho que entendo a situação. Certamente farei um trabalho que lhe deixará satisfeito.
Como precisava ir a cidade, o irmão mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o material e partiu.
O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia medindo, cortando e pregando. Já anoitecia quando terminou sua obra, ao mesmo tempo que o fazendeiro retornava. Porém, seus olhos não podiam acreditar no que viam. Não havia qualquer cerca. Em seu lugar estava uma ponte, feita de tábuas de madeira e troncos de árvore, ligando um lado do riacho ao outro.




Era realmente um belo trabalho, mas, enfurecido, exclamou:
- Você é muito insolente em construir esta ponte após tudo que lhe contei.
No entanto, as surpresas não haviam terminado. Ao erguer seus olhos para a ponte mais uma vez, viu seu irmão aproximando-se da outra margem, correndo com seus braços abertos. Cada um dos irmãos permaneceu imóvel de seu lado do rio, quando, num só impulso, correram um na direção do outro, abraçando-se e chorando no meio da ponte. Emocionados, viram o carpinteiro arrumando suas ferramentas e partindo.
- Espere, disse o mais velho, fique conosco mais alguns dias. Tenho muitos outros projetos para você. E o carpinteiro respondeu:
- Adoraria ficar. Mas tenho muitas outras pontes para construir.


Quantas vezes um carpinteiro desses se torna bem-vindo e necessário em nossas vidas!!!
A Salvação a Nosso Alcance


“Eu vim para que tenham vida
e a tenham em abundância”
(Jo 10,10).

Durante uma caminhada ao parque deparei-me com um pequeno passarinho, que estava bem machucado.

Notei que uma de suas asas encontrava-se visivelmente danificada, impedindo-o de alçar vôos maiores. Isso fazia com que aquele frágil animalzinho não conseguisse se alimentar, pois os pássaros sadios eram muito mais ágeis e qualquer competição por comida tornava-se sempre desfavorável ao pequeno e debilitado passarinho.

Evitei, então, o triste fim que aquele bichinho desamparado teria, decidindo por trazê-lo às minhas mãos, com as quais formei cuidadosamente uma espécie de “concha” para acolher aquela pobre ave, que já se achava bem debilitada.

Logo percebi que se eu apertasse demais uma mão contra a outra, aquele bichinho seria esmagado e morreria. Por outro lado, se eu abrisse muito espaço ele cairia e também pereceria. O ambiente ideal para uma adequada recuperação era, portanto, uma concha feita com as mãos nem muito apertadas e nem muito frouxas.

Notei também que por mais cuidado que eu pudesse ter na formação da “concha”, sobravam diversos vãos por entre os dedos, através dos quais o animalzinho poderia facilmente escapar, se assim o desejasse. E fiquei pensando sobre que atitude eu deveria tomar se ele insistisse na sua passagem por algum daqueles vãos.

Dias depois, aquela avezinha estava plenamente recuperada. Eu a ajudei para que desse início a seu vôo magistral, que de fato foi magnífico! O curioso, entretanto, é que poucos minutos depois ela estava de volta, tendo pousado no batente de minha janela.



Durante mais de um mês aquela cena se repetiu, por várias vezes. Eu acordava com seu canto sublime, e depois eram vôos espetaculares, sempre complementados com seus longos intervalos de descanso à beira de minha janela.

Passei então a entender que aquilo era muito mais do que a sua busca por mais proteção. Também era algo superior a um puro agradecimento por eu lhe ter salvado a vida.

E, meditando mais sobre tudo aquilo, cheguei finalmente à conclusão de que algo bastante semelhante ocorre com respeito ao relacionamento, de cada um de nós, com Deus. Como nosso Pai benfeitor, Suas mãos santas nos acolhem com suavidade, como uma concha que não é totalmente solta e nem muito apertada, provendo-nos desta forma com uma proteção que nos é oferecida na medida exata, e com o espaço suficiente para que possamos nos curar e crescer.

E neste cenário, o que nos consola total e plenamente é termos a certeza de que, se nos arrependermos de nosso voluntário afastamento de Deus, Suas Mãos Santas estarão sempre disponíveis para nos acolher com infinita ternura e bondade, oferecendo-nos a proteção na medida exata das nossas necessidades e nos proporcionando o espaço no tamanho certo, para que Nele possamos crescer, e através Dele, nos salvar.



Através daquele passarinho pude compreender a enorme bondade de nosso Pai Celeste, que por nos amar infinitamente respeita todas as nossas decisões, mas ao mesmo tempo, se decidirmos retornar às Suas Mãos, Ele está sempre pronto a aceitar nosso arrependimento e totalmente presente para nos acolher e abrigar.


“Quem permanecer em mim e eu nele,
esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”